Pesquisas de sorgo forrageiro com uso de Azospirillum brasilense e diferentes fontes de adubação nitrogenada

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A produção de bovinos em Campos dos Goytacazes se dá, em sua maior parte, a pasto, e com isso há a necessidade de suplementação volumosa dos animais no período seco do ano. O sorgo (Sorghum bicolor [L.] Moench) apresenta elevada produção de biomassa, rusticidade e maior tolerância ao déficit hídrico em relação ao milho (Albuquerque et al., 2010). Desse modo, o sorgo pode ser uma excelente alternativa para regiões onde a precipitação é baixa e/ou acontece de forma irregular, como é o caso de veranicos.

Com isso, a UFRRJ Campus Campos dos Goytacazes (UFRRJ/CCG) vem desenvolvendo pesquisas com diferentes forrageiras para as regiões Norte e Noroeste Fluminense. Nesse sentido, esta pesquisa objetivou avaliar os benefícios do uso de bactérias promotoras de crescimento com diferentes doses e tipos de adubação nitrogenada no sorgo forrageiro no município de Campos dos Goytacazes – RJ.

Um dos objetivos também que vem sendo buscado pela pesquisa é a diminuição da dependência do uso de fertilizantes. Uma das opções para diminuir esta dependência é o uso de bactérias promotoras de crescimento, que tem mostrado resultados satisfatórios na mitigação dos efeitos nocivos do déficit hídrico e no aumento da produção e crescimento das plantas (Reis, 2019). A utilização da inoculação das sementes de sorgo com Azospirillum brasilense torna-se uma alternativa não só para aumentar a disponibilidade de N para a cultura, mas também pelo seu efeito hormonal em aumentar a tolerância da planta ao estresse hídrico e, portanto, incrementar a produção de matéria seca, de forma menos onerosa e mais viável ecologicamente.

A safra 2024-2025 teve início em novembro, seguida de avaliações e manejo sob as condições de sequeiro (sem uso de irrigação), com a colheita e ensilagem das plantas (1ª colheita em fevereiro e a 2ª colheita da rebrota na mesma área, em junho de 2025).

Como resultado preliminar da pesquisa podemos destacar a produtividade média de 66 e 39 t de matéria verde/ha na 1ª colheita e rebrota, respectivamente. Com esse resultado a produtividade da rebrota chegou a quase 60% da 1ª colheita, e cabe destacar que não houve adubação na rebrota, o que demonstra resposta positiva da cultura do sorgo para região. É uma alternativa para produtores e pecuaristas, proporcionando alta produtividade de matéria verde (alguns tratamentos da pesquisa apresentaram produtividade acima de 80 t/ha).

É importante salientar que em nenhum momento do ciclo da cultura foi utilizada irrigação. Apesar de cultivado sem irrigação e submetido a condições extremas, incluindo um mês de seca total e altas temperaturas (máxima média de 33,2°C), o sorgo exibiu grande tolerância, com ótima formação de grãos e ponto de ensilagem adequado. Isso ocorreu mesmo com um baixo acumulado de chuvas (9 mm) no mês anterior à colheita (https://campuscg.ufrrj.br/painel-meteorologico/)

Desse modo, os resultados da safra 2024-2025 nos trazem expectativas muito positivas à produção do sorgo forrageiro para o município de Campos dos Goytacazes e região.