No Brasil, as pastagens constituem a base da alimentação dos rebanhos. No entanto, é sabido que o maior crescimento e produção de matéria seca das pastagens é observado no período chuvoso e no período seco há estabilidade de oferta e qualidade de forragem. Isso dificulta a produção eficiente durante todo o ano, a fim de que se tenha uma produção de leite constante e alcance as condições de peso para abate dos animais mais precocemente.
Nesse contexto, a suplementação volumosa é o principal recurso alimentar dos ruminantes na época seca e a ensilagem se torna uma estratégia interessante pois conserva o alimento produzido na época chuvosa para ser utilizado na época seca, período o qual há escassez de pastagens.
A cultura do sorgo vem ganhando espaço devido a sua grande versatilidade, principalmente pela maior tolerância ao déficit hídrico quando comparada a outras culturas, em especial a do milho, que é a principal cultura utilizada para produção de silagem. Além disso, possibilita dois cortes, sendo que a rebrota pode chegar a 60% da produção do primeiro corte. Nas regiões Norte e Noroeste Fluminense, principalmente em função das baixas precipitações pluviométricas, o sorgo pode ser uma opção de cultivo para produção de silagem, devido à sua grande resistência a períodos de estiagem.
Para solucionar essa lacuna e buscar alternativas, a UFRRJ Campos vem desenvolvendo pesquisas com sorgo desde 2018 e nesta última safra 2023-2024 foi instalado mais um experimento com objetivo de avaliar doses de adubação e inoculação com bactérias promotoras de crescimento para a cultura do sorgo forrageiro, que conta também com a parceria do setor de Zootecnia da UFRRJ. Estão sendo realizadas análises de crescimento, florescimento e será quantificada a produção de biomassa, assim como avaliação da silagem e análise bromatológica.
Os resultados preliminares são promissores, com a cultura em ótimo porte e desenvolvimento. As plantas estão em fase de florescimento (Figuras 2 e 3) e serão colhidas na fase de ensilagem.
O sorgo forrageiro atinge o ponto de colheita em torno de 90 dias após o plantio, o que o torna conveniente para utilização em região de pouca disponibilidade de recursos hídricos. Destaca-se por ser um alimento de alto valor nutritivo, que apresenta alta concentração de carboidratos solúveis essenciais para adequada fermentação láctica, bem como altos rendimentos de matéria seca por unidade de área.
Após a conclusão dos resultados, os produtores e técnicos da região terão acesso às publicações e recomendações de manejo para essa cultura. Esses trabalhos fazem parte da Área de Atuação da UFRRJ/CCG em Forragicultura e Pastagem para o Norte e Noroeste Fluminense, que podem ser acessados em https://campuscg.ufrrj.br/areas-de-atuacao/